Universalidade Estadual do Ceará
Centro de Humanidades
Curso de Filosofia
História da Filosofia III
Professor Carlos Henrique
Bacharelando Jair Sousa de Oliveira
RESENHA DO LIVRO “O PRÍNCIPE”
DE MAQUIAVEL
Fortaleza, 2011
CAPÍTULO XV
DAQUELAS COISAS PELAS QUAIS OS HOMENS, E ESPECIALMENTE OS PRÍNCIPES, SÃO LOUVADOS OU VITUPERADOS
Maquiavel apresenta os modos de proceder de um príncipe para com seus subordinados e amigos, o que imaginava ser uma presunção considerando que outros já escreveram a respeito. Entretanto, ele observou que os escritos de outros autores estavam mais ligados a uma imaginação do que deve ser, do que com o que de fato é. Expõe ainda, a necessidade do príncipe usar ou não de bondade dependendo do contexto em que se encontra. Deixando de lado a figura imaginária de um príncipe e falando sobre como realmente um príncipe é de fato. Discorre sobre as características que acarretam reprovação ou louvor. Afirma ser considerado louvável pelo senso comum que o príncipe possua apenas aqueles atributos chamados de bons, mas como a condição humana assim não permite, é necessário que o príncipe pelo menos saiba fugir dos vícios que lhe possam tirar o poder. Considera ainda no todo da realidade em questão, afirma a existência de algumas virtudes que se praticada podem causar ruína, como também vícios que podem acarretem bem-estar.
CAPÍTULO XVI
DA LIBERALIDADE E DA PARCIMÔNIA
Maquiavel afirma um bem ser considerado liberal. Entretanto, chama a atenção para o fato de que se esta liberalidade fosse conhecida por todos, acabaria sendo prejudicial, pois o príncipe teria que sobrecarregar o povo com muitos impostos para sustentar a suntuosidade da realeza e de seus nobres, o que tornaria o príncipe odioso perante o povo. Continuando a falar do mesmo problema, Maquiavel diz que se o príncipe percebe-se esse problema e tenta-se evita-lo, se tornaria conceitualmente miserável. E por não poder parecer liberal constantemente, em virtude dos danos que seriam causados ao príncipe, também não se deve temer a fama de miserável. Recomenda Maquiavel ao príncipe, gastar pouco não se importando de incorrer na fama de miserável. Entretanto, para aquele príncipe que se mantém de rapinagem, excetua-se a regra, do contrário, o esse mesmo príncipe não seria seguido pelos seus soldados. Por fim, conclui o capitulo dizendo que um príncipe se deve guardar de ser desprezado e odiado. E a liberalidade conduz o príncipe a uma e a outra dessas coisas.
CAPÍTULO XVII
DA CRUELDADE E DA PIEDADE; SE É MELHOR SER AMADO QUE TEMIDO, OU ANTES TEMIDO QUE AMADO
Nesse ponto Maquiavel defende que cada príncipe deseje ser considerado como piedoso e não como cruel, porém deve ter o cuidado de não usar mal essa piedade. Segundo Maquiavel, um príncipe não deve temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais. Nascendo daí uma questão: se é melhor ser amado que temido ou o contrário. A resposta é de que seria necessário ser uma coisa e outra; mas, como é difícil reuni-las, e tendo que abrir mão de uma das duas é muito mais seguro ser temido do que amado. Devendo portanto o príncipe, fazer-se temer de forma que, se não conquistar o amor, fuja ao ódio, pois podem muito bem coexistir o ser temido e o não ser odiado. Maquiavel aponta ainda os caminhos para isso dizendo que o príncipe conseguirá sempre que se abstenha de tomar os bens e as mulheres de seus cidadãos e de seus súditos. Porém, se o príncipe está à frente de seus exércitos e tem sob seu comando uma multidão de soldados, então é necessário não se importar com a fama de cruel, pois sem ela, jamais se conservará exército unido e disposto a alguma empresa. Conclui Maquiavel, que um príncipe sábio, amando os homens como a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve apoiar-se naquilo que é seu e não no que é dos outros; ...deve apenas empenhar-se em fugir ao ódio.
CAPÍTULO XVIII
DE QUE MODO OS PRÍNCIPES DEVEM MANTER A FÉ DA PALAVRA DADA
Afirma o filosofo que todos compreendem o quanto é louvável um príncipe manter a palavra dada; contudo, vê-se alguns príncipes terem realizado grandes coisas, tendo em pouca conta a fé da palavra dada; que no final, conseguiram até superar aqueles que se firmaram sobre a lealdade. Nesse momento faz uma antologia sobre o caráter do príncipe quando diz ser necessário saber empregar bem o animal e o homem. Devendo o príncipe tomar como modelos a raposa e o leão: Ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Nas palavras de Maquiavel um senhor prudente não pode nem deve guardar sua palavra, quando isso seja prejudicial aos seus interesses e quando desapareceram as causas que o levaram a empenhá-la. E não esquece de enfatizar a importância de saber disfarçar bem esta qualidade e ser grande simulador e dissimulador. Ressalta ainda, que a um príncipe não é essencial possuir todas as qualidades, basta parecer possuí-las. Possuindo-as e usando-as sempre, elas são danosas, enquanto que, aparentando possuí-las, são úteis. Ou seja, é preciso que o príncipe tenha um espírito disposto a adequar-se segundo os ventos da sorte e as variações que os fatos o determinem.
CAPÍTULO XIX
DE COMO SE DEVA EVITAR O SER DESPREZADO E ODIADO
Quanto ao tema deste capitulo, Maquiavel enfatiza mais ma vez que se o príncipe for rapace e usurpador dos bens e das mulheres dos súditos, se tornará odioso. E para manter-se no poder deve fugir dese comportamento. Continua dizendo que o príncipe se torna desprezível ao ser considerado volúvel, leviano, efeminado, pusilânime, irresoluto. Devendo o príncipe empenhe-se para que nas suas ações se reconheça grandeza, coragem, gravidade e fortaleza. Conclui Maquiavel que um príncipe deve dar pouca importância às conspirações se o povo lhe é benévolo; mas quando este lhe seja adverso e o tenha em ódio, deve temer tudo e a todos. E aponta que o ódio se adquire tanto pelas boas como pelas más ações, dependendo do contexto.
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